A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou nesta quinta-feira (15), em reunião ordinária realizada no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o feijão transgênico desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
O organismo geneticamente modificado (OGM), variedade da espécie carioquinha, foi aprovado por 15 votos favoráveis, duas abstenções e cinco diligências (manifestações pelo prolongamento das discussões). Daqui para a frente, a Embrapa terá que registrar a aprovação no Ministério da Agricultura e, somente após esse processo a nova variedade poderá ser plantada e comercializada. Além do feijão, a Embrapa tem como experiência a aprovação de uma soja geneticamente modificada resistente a herbicida, juntamente com uma empresa multinacional.
O pesquisador Francisco Aragão, da Embrapa, um dos responsáveis pela pesquisa do feijoeiro, disse que o organismo modificado vem sendo estudado desde 2000 e somente em 2004 a planta foi gerada. Os estudos com base nela ocorreram até 2010 e o pedido de liberação foi feito no mesmo ano, informou.
Aragão explicou que o próximo passo é a realização de ensaios para registro da variedade no Ministério da Agricultura. Esse processo irá gerar sementes básicas que poderão ser plantadas. “Existe uma lei que rege a proteção de cultivares [variedades]. Devemos atendê-la. Nossa expectativa é que a semente esteja pronta para ser plantada em um prazo de três anos”, disse.
A nova variedade é resistente ao mosaico dourado, doença que torna as folhas amareladas e provoca nanismo, deformação das vagens e grãos e, ainda, abortamento das flores.
De acordo com Francisco Aragão, a modificação desenvolvida se assemelha a uma vacinação. “Existe uma autoproteção da planta, como se fossem anticorpos. Quando o mosquito pica a planta e o vírus entra na célula, essa proteção entra em ação para repelir o vírus”, comentou. “O que fizemos foi uma antecipação a esse fato. Fornecemos ao feijão essa resistência antes mesmo de a planta ser picada.”
Para chegar à variedade pretendida, foram feitos inúmeros cruzamentos, que geraram 22 linhagens. Dessas, duas se mostraram resistentes à praga.
A reunião da CTNBio também aprovou a comercialização do milho MON 89034 x MON 88017.
Fonte: CTNBio
A pauta está disponível no link a seguir: http://www.ctnbio.gov.br/index.php/content/view/16472.html
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