sábado, 22 de outubro de 2011

Maioria das empresas em biotecnologia é de pequeno porte


Criação de  uma política nacional para o setor está em andamento


Da Agência Sebrae de Notícias
 Shutterstock
O Decreto 6041, que cria políticas nacionais de desenvolvimento em biotecnologia, foi um dos temas do debate realizado nesta sexta-feira (21) na capital mineira durante o Workshop Negócios em Biotecnologia. Cerca de 85% do setor é composto por pequenas empresas.

Para o secretário de Inovação do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Nelson Fujimoto, a biotecnologia “está inserida e vai impactar diversas cadeias produtivas no Brasil, como saúde (vacinas, anticorpos e hemoderivados), agropecuária, indústria de alimentos e biocombustíveis”. Ele ressaltou que as ideias produzidas nesse fórum serão utilizadas na construção da política de biotecnologia do Plano Brasil Maior do governo federal.

Wilker Ribeiro Filho, especialista em projetos da Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), lembrou que os investimentos em biotecnologia são altos e chegarão a R$ 43 milhões em inovação no agronegócio, R$40 milhões para inovação na saúde e de R$211 milhões para fomento ao investimento produtivo.

O presidente da Associação Brasileira de Biotecnologia, Fernando Kreutz, afirma que o setor possui grande dependência de investimentos públicos. “Apenas 14% do investimento em biotecnologia é privado. Essa é uma grande oportunidade para empresas, já que o potencial de conhecimento e geração de tecnologias é enorme.”

Outro ponto de melhoria no setor, apontado por Kreutz, é escassez de recursos humanos. Para ele, “os profissionais de biotecnologia preferem trabalhar em universidade pública em vez de se arriscar no mercado empresarial”.

A analista do Sebrae em Minas Gerais, Carla Batista, alertou sobre a importância do associativismo. “Para que isso aconteça, as empresas e instituições devem mudar a postura de participação, não estando presentes apenas em articulações políticas e capacitações. É essencial que trabalho seja feito para alavancar negócios estratégicos, com inovação compartilhada e apontando os setores que vão absorver os produtos de biotecnologia”, afirma.

Outros seminários de biotecnologia estão programados para os próximos dias: 26 de outubro em Porto Alegre e 4 de novembro em Pernambuco, no Encontro Estadual de Biotecnologia.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Alface transgênica produz kit de diagnóstico da dengue

Biotecnologia
       Uma pesquisa brasileira está desenvolvendo um método que utiliza alface transgênica para diagnosticar o vírus da dengue.
      O trabalho conta com a participação de cientistas da Universidade de Brasília (UnB), Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e da Fiocruz.
     A ideia é produzir um kit de diagnóstico mais econômico e eficiente para agilizar a detecção da doença pela rede pública de saúde no Brasil.
     A biotecnologia pode ser uma forte aliada da saúde humana: os kits de diagnósticos à base de plantas custam cerca de um décimo do preço dos convencionais.
Diagnóstico da dengue será feito com auxílio de alface transgênica
O processo de transformação genética das alfaces consiste na introdução de uma parte do gene do vírus da dengue no DNA do cloroplasto de alfaces.[Imagem: Embrapa]

Alface transgênica
     O processo de transformação genética das alfaces consiste na introdução de uma parte do gene do vírus da dengue no DNA do cloroplasto de alfaces.
      As plantas são então colocadas em um meio de cultura com antibiótico, que garantirá que apenas as células que receberem o gene do vírus sobrevivam.
      Por fim, as plantas são transferidas para um tubo para regeneração.
      Esse processo leva cerca de quatro meses e as alfaces geneticamente modificadas são mantidas em casas de vegetação seguras e específicas para esses organismos na Unidade da Embrapa.
Reagente
     Na etapa seguinte, a alface transgênica produz uma partícula viral defeituosa, que será usada para a criação de um reagente.
     Será este reagente que fará parte do kit de diagnóstico da dengue.
     Para fazer o exame, o reagente é misturado ao sangue coletado do paciente.
     Conforme a reação, o medicamento indicará se o paciente está ou não com os anticorpos do vírus da dengue.
     O antígeno está em fase de testes. Os cientistas estimam que ele poderá chegar ao mercado dentro de dois anos.

Referência em transgênicos

     Em cinco anos, o Brasil se consolidou como segundo maior produtor de grãos transgênicos do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, e se transformou em um centro de negócios para as indústrias de sementes geneticamente modificadas (GMs). Destravou o sistema de avaliação dos organismos GMs e passou a ser citado pelo setor como exemplo para Europa, Ásia e África.
     Quem elogia as mudanças que fizeram da produção transgênica uma bandeira nacional são os representantes das indústrias e os pesquisadores que mais criticavam a lentidão na aprovação das sementes. Eles comemoram o quadro atual como uma vitória de organizações como o Conselho de Infor­­mações sobre Biotecnologia (CIB), que completou 10 anos e tem entre seus 29 associados as indústrias multinacionais Monsanto, Syngenta, Basf e Bayer, principais investidores do setor.
     O país aprovou 33 sementes GMs desde 1998 - 23 delas nos últimos três anos. O sistema de avaliação deslanchou depois da criação da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), em 2005. Os 27 membros da organização estão levando menos de um ano para liberar a produção comercial de organismos geneticamente modificados.
     "O Brasil vive um novo mo­­mento desde 2005. A CTNBio tem feito um trabalho exemplar na avaliação e liberação de sementes seguras para o consumidor e o meio ambiente", disse a diretora-executiva do CIB, Adriana Brondani. Ela defende que o país se tornou referência não apenas por tomar decisões mais rapidamente, mas também por ter adotado um marco regulatório estruturado.
     Apesar de ter aprovado a importação de 36 tipos de transgênicos - para consumo humano e produção de ração animal -, a maior parte da União Europeia proíbe o cultivo de transgênicos, disse Sylvia Burs­­sens, pesquisadora da Univer­­sidade de Gent (Bélgica). Milho e batata geneticamente modificados foram autorizados isoladamente por seis países que integram a UE, relata.
     Ela traçou o panorama no seminário dos 10 anos do CIB, comemorados há uma semana. A plateia se manifestou criticando a postura europeia, que aceita consumir mas não libera a produção, pela pressão de organizações de defesa do ambiente e dos direitos do consumidor.
     Os problemas que travam a adoção de transgênicos na Ásia vão além da resistência oficial. "Temos dois grupos diferentes de produtores, o que tem acesso a comunicação e o que não tem. Esses agricultores mais isolados estão com 58 anos de idade em média. Como chegar a eles e falar sobre biotecnologia?", indagou Siang Hee Tan, Ph.D em Biologia Molecular pela Universidade de Ikayama (Japão).
Embates mantêm a CTNBio sob cobrança constante
     A atuação da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) vem sendo fortemente questionada por pesquisadores e representantes de organizações que defendem o ambiente e os direitos dos consumidores. Nu­­ma verdadeira guerra de argumentos, em que saem derrotados ou não chegam a ser ouvidos, eles alertam que as liberações incorrem em falta de rigor científico e descumprimento de exigências legais.
     "A CTNBio nunca negou um pedido de liberação comercial de um transgênico", questiona Ana Carolina Brolo de Almeida, advogada da Terra de Direitos, organização que estuda entrar na Justiça Federal contra a liberação do feijão transgênico da Embrapa, que ocorreu em 15 de setembro. "Estamos aguardando prazo de 30 dias que as entidades de registro e fiscalização possuem para possível apresentação de recurso junto ao CNB (Conselho Nacional de Biossegurança)".
     O próprio Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea) colocou em xeque a liberação do feijão. Para o presidente do Consea, Renato Maluf, faltam es­­tudos para provar que a semente resistente ao mosaico dourado - principal doença do feijoeiro - é segura para a saúde e o ambiente.
     Na votação da CTNBio, 15 membros foram favoráveis, dois se abstiveram e cinco disseram que faltavam estudos, pedindo diligências. Mesmo assim, a liberação foi considerada válida. Na interpretação da comissão, pedido de diligência não é voto contrário. E, para derrubar a liberação, seriam necessários 14 votos contrários (maioria entre os 27 membros).
     A CTNBio já está acostumada a "preconceitos e equívocos relacionados à ciência por entidades da sociedade civil e por profissionais dos órgãos de imprensa", respondeu o presidente da comissão, Edilson Paiva. Ele afirma estar do lado do avanço da biotecnologia.
As 33 liberações de sementes permitiram que os transgênicos passassem a cobrir mais da metade dos 50 milhões de hectares destinados pelo país à produção de grãos (dois terços da área da soja e dois terços do plantio de milho de inverno, além de metade da área do milho de verão). A tecnologia facilita o controle de ervas daninhas e insetos, mas não implica necessariamente em redução de custos ou no uso de agrotóxicos.
     O embate ideológico parece ocorrer num plano diferente daquele em que trabalha o pesquisador Francisco Aragão, um dos líderes do projeto do feijão transgênico da Embrapa. Ele relata que foram realizados testes inclusive além do necessário para se comprovar que a alternativa é segura. "O feijão transgênico não interfere na vida de insetos nem na de micro-organismos do solo, e tem as mesmas propriedades do alimento tradicional." "As proteínas produzidas pelo feijão Embrapa 5.1 são as mesmas", acrescenta Josias Faria, que desenvolveu a pesquisa com Aragão.
     A Embrapa planeja exportar a tecnologia para países como Argentina e Estados Unidos. Se isso ocorrer, o Brasil poderá cobrar pelo uso das sementes. Por enquanto, os pesquisadores se dedicam à produção da semente transgênica em duas variedades: pontal e pérola, ambas cariocas. Depois dessa fase é que ocorrerá a multiplicação em larga escala.
Gazeta do PovoFONTE: Suinocultura Industrial

Cientistas fazem milagre da multiplicação dos elétrons

     

Cientistas fazem milagre da multiplicação dos elétrons



Cada círculo representa um ponto quântico. O acoplamento de diversos deles permite ajudar os elétrons excitados pelo fóton (azul) a escapar da recombinação de Auger. [Imagem: Aerts et al.]








Multiplicação das cargas
      Em uma célula solar, cada fóton excita um elétron, que vai compor a energia elétrica gerada.
     Mas, nas células solares de pontos quânticos, cada fóton pode excitar diversos elétrons, o que as torna potencialmente muito mais eficientes.
     Esse fenômeno, chamadomultiplicação das cargas, permite um rendimento líquido em torno de 44%, mais do que o dobro das melhores células solares atuais.
     Os pontos quânticos são nanocristais de materiais semicondutores que podem ser fabricados em reações químicas de alto rendimento, em soluções líquidas, o que os torna potencialmente muito baratos, além de serem aplicáveis em substratos plásticos flexíveis.
Aproveitamento das cargas multiplicadas
     Mas havia um problema: os elétrons movimentados pela multiplicação das cargas vivem um tempo curto demais, acabando por colidir com outros e "desaparecer", em um processo conhecido como recombinação de Auger.
     Agora, cientistas da Universidade de Delft, na Holanda, demonstraram que é possível capturar vários elétrons produzidos pela absorção de um único fóton usando pontos quânticos acoplados, dispostos em uma película fina.
     Esta é a mesma equipe que detectou experimentalmente pela primeira vez, em 2008, esse efeito avalanche dos elétrons.
     Desde então eles vêm tentando descobrir uma forma de tirar proveito prático dele.
Escapando da recombinação
     Os cientistas prepararam filmes de pontos quânticos nos quais os elétrons podem se mover entre os diversos pontos quânticos de forma tão eficiente que eles se libertam e começam a se mover livremente, antes de serem absorvidos pela recombinação de Auger.
     Desta forma, os elétrons não apenas se movem livremente pelo material, como também ficam disponíveis para serem capturados pela célula solar e dirigidos para fora através de um eletrodo.
     O experimento mostrou a possibilidade de capturar, em média, 3,5 elétrons por partícula de luz absorvida, mostrando o potencial futuro dessas células solares flexíveis.
     O próximo passo da pesquisa é construir os primeiros protótipos das novas células solares.
Bibliografia:


Free Charges Produced by Carrier Multiplication in Strongly Coupled PbSe Quantum Dot Films
Michiel Aerts, C. S. Suchand Sandeep, Yunan Gao, Tom J. Savenije, Juleon M. Schins,, Arjan J. Houtepen, Sachin Kinge, Laurens D. A. Siebbeles
Nano Letters
12 October
Vol.: 11 (10) 4485 - 4489
DOI: 10.1021/nl202915p
Fonte; inovação tecnológica

Curso Desenvolvimento Sustentável e Sustenômica

Agência FAPESP – Entre 24 e 28 de outubro, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) realizará em seu Centro Regional da Amazônia, localizado em Belém, o curso "Desenvolvimento Sustentável e Sustenômica".
Promovido em parceria com o Instituto Tecnológico Vale Sustentável, o curso será ministrado pelo físico e economista do Sri Lanka Mohan Munasinghe, que compartilhou o prêmio Nobel da Paz em 2007 como vice-presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC-AR4).
A programação do curso inclui discussões sobre o desenvolvimento de uma base transdisciplinar chamada sustenômica, além da abordagem sobre o desenvolvimento sustentável de forma abrangente, equilibrando métodos analíticos e critérios de tomada de decisão para tornar o desenvolvimento econômico, ambiental e socialmente mais sustentável.
Os participantes devem ser graduados nas áreas de: engenharia, economia, energia, políticas públicas, ciências biológicas, ciências sociais ou áreas afins e ter capacidade de se comunicar em inglês.
As vagas são limitadas e as indicações de participação devem ser feitas por meio de ficha de inscrição obtida e enviada para o e-mail: cursos.itvds@vale.com. A inscrição é gratuita.
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