segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

USP e vacina contra o vírus da AIDS



Em 2013, o Instituto Butantan e a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), em um ousado estudo, aplicaram a primeira dose de uma vacina brasileira anti-HIV em macacos rhesus do macacário do Butantã. O estudo aplicado em quatro primatas adultos (de 2 a 7 anos) pretende encontrar uma medida segura e eficaz de imunizar o vírus HIV em seres humanos.

A primeira fase de testes foi constituída pela injeção quinzenal de três doses com fragmentos de HIV, além de uma quarta aplicação contendo um vírus chamado adenovírus 5, que causa resfriado. A vacina será aplicada em 28 macacos do Instituto Butantã caso os testes sejam bem-sucedidos. As informações são de Edecio Cunha Neto, professor da FMUSP e pesquisador do Instituto do Coração (Incor), que é um dos coordenadores do estudo, em sua reportagem ao o Instituto Butantã.




macacos-rhesus




Para o primeiro semestre de 2014, os 28 macacos serão divididos em quatro grupos e aplicar duas ou três doses com substâncias virais diferentes (adenovírus 68, que causa resfriados em chimpanzés; vírus da vacina da febre amarela, além de um derivado da vacina da varíola). A equipe descarta que os animais possam ser infectados por essas doenças ou pelo HIV, pois a vacina contém apenas pequenos pedaços do vírus e ele afeta macacos. 
Apenas o “primo” do HIV, o SIV (Vírus da Imunodeficiência Símia) pode infectar os primatas.

Os pesquisadores esperam que os fragmentos de HIV inseridos na vacina já sejam suficientes para o hospedeiro (macaco) combater uma eventual infecção. De acordo com Cunha Neto, será possível analisar a resposta imune da vacina um ano após a aplicação da primeira dose. O acompanhamento se estenderá por mais 12 meses para os cientistas verificarem o tempo que a imunidade se manterá. Segundo Jorge Kalil, diretor do Butantã e um dos responsáveis pela pesquisa, a fase pré-clinica de testes deve durar até 2016.

Os cientistas pretendem dar entrada nos protocolos para início dos ensaios clínicos em humanos tão logo obtenham os primeiros resultados dos testes nos 28 macacos. O trâmite prevê o envio dos documentos para Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e à Comissão Nacional de Ética e Pesquisa (Conep), órgão ligado ao Ministério da Saúde

Os pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) obtiveram "excelentes" resultados nos primeiros testes de uma vacina contra o HIV. Os resultados dos estudos foram melhores que os anteriores, segundo informações do jornal Folha de S.Paulo.
O programa de testes teve início no segundo semestre de 2013, com o imunizante denominado HIVBr18.
Em 2001 iniciou-se a pesquisa, quando o pesquisador Edecio Cunha Neto analisou o sangue de pessoas cujo sistema imunológico mantinha o HIV sob controle por mais tempo, retardando o adoecimento. Nestas pessoas, a quantidade de linfócitos T do tipo CD4, que é o principal alvo do vírus, estava acima do normal.
Após sintetizar substâncias para serem reconhecidas como o CD4, em 2010 foram realizados testes em camundongos, no quais a maioria dos organismos reconheceu estas substâncias.
A pesquisa, porém, enfrenta o problema de o vírus do HIV ter uma composição diferente em diversos casos, variando em grande escala em diversas regiões do mundo.
No final de 2013, os pesquisadores estimavam que a vacina não eliminaria o vírus do organismo por completo. Entretanto, ele reduziria a carga viral ao ponto de a pessoa infectada não desenvolver a Aids (imunodeficiência), e nem transmitir o vírus.

Fonte: Instituto Butanta e R7
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