CDC/ Dr. Erskine. L. Palmer; Dr. M. L. Martin via Flickr
Encontrar a cura das doenças causadas por vírus como o Ebola, Zika ou mesmo o da gripe é um grande desafio. Os vírus são muito diferentes uns dos outros e, mesmo dentro da mesma linhagem, eles podem sofrer mutação. É por isso que anualmente há uma nova vacina contra a gripe. Um grupo de pesquisadores da IBM e do Instituto de Bioengenharia e Nanotecnologia de Singapura buscou algo que todos esses vírus possuem em comum. Sabendo disso, eles criaram uma macromolécula que possui o potencial para tratar muitos tipos de vírus e nos prevenir de ser infectados por eles. Esse trabalho foi publicado em 2016 na revista científica Macromolecules.
Para esse estudo, os cientistas ignoraram o RNA e/ou DNA virais, uma vez que elas podem variar de vírus para vírus e também sofrer mutação, o que dificultaria o seu uso como alvo para uma terapia universal para uma ampla gama de vírus.
Ao invés disso, cientistas focaram nas glicoproteínas, localizadas na parte externa de todos os vírus e que os ligam às células do corpo , fazendo com que os vírus façam o seu trabalho perverso de infectar as células e nos fazer adoecer. Os pesquisadores criaram uma macromolécula que possui características importantes na luta com os vírus. Primeiro, é capaz e atrair vírus para sí utilizando-se de sua carga eletrostátia. Quando o vírus está por perto, essa macromolécula adere ao vírus e faz com que ele perca sua habilidade de atacar células saudáveis. Então ela neutraliza os níveis de acidez do vírus e reduz a sua capacidade de se replicar.
A macromolécula também contém açúcares conhecidos como manoses. Esse açúcar se liga às células saudáveis do sistema imune e as força para perto do vírus, fazendo com que a infecção viral possa ser erradicada mais facilmente.
Os pesquisadores testaram esse tratamento no laboratório com alguns vírus, incluindo o Ebora e Dengue e observaram que as moléculas realmente funcionou como o esperado: Segundo o artigo, as moléculas se ligavam às glicoprotéinas presentes na superfície do vírus e reduziam o número de vírus. A manose mostrou-se eficaz na prevenção da infecção das células dos sistema imune pelos vírus.
Isso parece promissor, no entanto, esse tratamento ainda tem um longo caminho antes de poder ser utilizado como desinfetante ou mesmo como um medicamento com o poder de prevenir e tratar infecções virais. Mesmo assim, a aplicação dessa macromolécula representa um grande avanço na direção correta para tratarmos as viroses: descobrindo o que há de similar entre todos os vírus visando a criação de um antiviral de amplo espectro.
Traduzido de Popular Science