Acordo firmado com
o laboratório para promover o desenvolvimento e a produção nacional de vacinas,
soros e hemoderivados.
Foi divulgado no Blog
da Saúde e por Priscila Costa e Silva no Portal
da Saúde que, o Ministério da Saúde e
o governo do Estado de São Paulo firmaram hoje, terça-feira (20
dezembro de 2011), um acordo para estimular a produção nacional de produtos
biológicos, como vacinas, soros e hemoderivados , pelo Instituto Butantan. A parceria foi
definida em visita do ministro Alexandre Padilha ao laboratório
público paulista.
O investimento inicialmente realizado pelo ministério será de R$ 20
milhões que serão utilizados no aprimoramento
da produção do laboratório, com destaque para as vacinas contra difteria,
tétano, coqueluche e hepatite B. O estado dará contrapartida de outros R$ 20
milhões. Os recursos, que serão aplicados ao longo de 2012, são quase cinco
vezes maiores que o investimento federal médio anual feito no Butantan ao longo
dos últimos oito anos.
Também foi firmado
acordo de cooperação técnica entre o Butantan e a Empresa Brasileira de
Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), que trabalharão
em parceria para aprimorar a produção de derivados do sangue no país. A
Hemobrás focará no atendimento em larga escala do mercado nacional, enquanto o
Butantan apoiará o desenvolvimento de tecnologias para os hemoderivados.
A Hemobrás comprometeu-se também a fornecer ao Butantan os lotes pilotos
de plasma que o laboratório utilizará na pesquisa e no desenvolvimento de
hemoderivados.
“É bom para o país e para o SUS termos a Hemobrás, que será a maior
produtora de homoderivados do Brasil, e o Butantan trabalhando juntos. Esta
parceria é um grande passo para tornar o Brasil auto-suficiente em
hemoderivados” declarou Padilha.
O Instituto Butantan é uma instituição
bastante estratégica para o desenvolvimento de produtos biológicos, pois produz
e fornece para a rede pública as vacinas para influenza, difteria e tétano,
hepatite B, tríplice DTP (difteria), tétano e pertussis (coqueluche). Neste
ano, o laboratório iniciou a produção independente de vacinas da gripe,
fornecendo cerca de 3 milhões de doses para a última campanha sazonal do Ministério
da Saúde. A previsão é que, a partir de 2012, o Butantan passe a produzir,
anualmente, cerca de 20 milhões de doses o que representa um número muito maior
de doses produzidas e, com isso, seria o suficiente para suprir as necessidades
da campanha sazonal.
OUTRAS PARCERIAS
– O Ministério da Saúde tem estabelecido diversas Parcerias para
Desenvolvimento Produtivo (PDPs) com laboratórios públicos e privados, com
o objetivo de desenvolver o Complexo Industrial da Saúde. Este ano, foram
firmadas nove novas parcerias com empresas públicas e privadas, totalizando 28
acordos em andamento para produção nacional de tratamentos de doenças que
atingem a população, como Parkinson e artrite reumatóide.
Com todas essas parcerias, 29 produtos de saúde (28 medicamentos e o
DIU) passarão a ser fabricados no país. A produção de cinco deles já começou –
tenofovir, clozapina, quetiapina, toxina botulínica, e tacrolimo. Os
medicamentos envolvem tratamento para DSTs, doenças crônicas não
transmissíveis, doenças degenerativas, doença de Crohn, antipsicóticos, hemofilia
e tuberculose. Estão envolvidos 31 laboratórios, sendo 10 públicos e 21
privados, nacionais e estrangeiros.
As parcerias vão gerar uma economia estimada de R$ 400 milhões por ano.
Este valor, somado à redução de custos gerada por inovação tecnológica e melhor
gestão de recursos em vacinas, negociações e centralização de compras, leva a
uma redução de gastos equivalente a R$ 1,7 bilhão por ano no orçamento do
Ministério da Saúde.
O Blog da Biotecnologia vem a público parabenizar o Ministério
da Saúde e o governo do Estado de São Paulo
pela desafiadora e importante iniciativa a qual, na minha concepção, favorecerá
não somente o avanço da produção nacional anteriormente citada, mas também, o
desenvolvimento da ciência nacional dentro desse setor.