sábado, 8 de março de 2014

As Mulheres na Ciência mundial

Com a chegada do dia 8 de Março (Dia Internacional da Mulher), o instituto de estatística da UNESCO (UIS) lançou uma ferramenta interativa que nos permite obter dados sobre a participação das Mulheres na Ciência. Os números são alarmantes e mostram que as mulheres ainda encontram-se sub-representadas na ciência do  mundo como um todo. O blog inglês Wellcome trust no dia 6 de Março de 2014 publicou um post com a convidada Amy Otchet, diretora de comunicação externa, advocacia e publicações na UNESCO (UIS), em Montreal, no Canadá, onde ela explicou parte dessa grande questão.

Somente 30% dos pesquisadores do mundo são mulheres. Apesar do crescente número de mulheres ingressantes na universidade, muitas optam por não continuar continuar suas carreiras acadêmicas ou estruturarem suas carreiras como pesquisadoras. No entanto, um olhar mais atento nos revela excessões surpreendentes. Na Bolívia, as mulheres constituem 63% dos pesquisadores, comparados com uma taxa de apenas 26% na Franca e 8% na Etiópia. No Brasil, 58% dos estudantes em nível de graduação são do sexo feminino e 52% dos doutorados são realizados por elas. Na Alemanha, mulheres que somam 48%  dos graduandos, são apenas 25% dos pesquisadores.


Women in Science (As Mulhere na Ciência), essa nova ferramenta interativa que apresenta os últimos dados disponíveis para países em todos os estágios de desenvolvimento. Produzido pelo Instituto de estatística da UNESCO (UIS), essa ferramenta permite que você explore e visualize disparidades de gênero que levam a carreiras de pesquisa científica, da decisão de realizar um doutorado até áreas da ciência que as mulheres buscam e os setores em que trabalham.

Na Suécia, por exemplo, as mulheres constituem a maioria (60%) de alunos matriculados em programas de bacharelado, no entanto, esse número entra em declínio à medida que subir que continuam seus estudos, sendo 49% dos estudantes de doutorado e somente 36 % dos pesquisadores . A ferramenta revela as tendência em regiões geográficas, com destaque para o conflito da dupla jornada que muitas mulheres enfrentam quando tentam conciliar as ambições de carreira com responsabilidades familiares .

Pesquisadoras também tendem a trabalhar nos setores acadêmicos e governamentais , enquanto os homens dominam o setor privado , que oferece melhores salários e oportunidades. Este é o caso , mesmo em países com altas porcentagens de pesquisadoras . Na Argentina, por exemplo, 52% dos pesquisadores são mulheres. No entanto, elas são responsáveis ​​por apenas 29% dos pesquisadores no setor privado .

Talvez o mais importante seja o alerta que essa ferramenta faz para a importancia do encorajamento de jovens (mulheres) para seguirem carreiras de exatas e biológicas, ainda na juventude. Em todas as regiões analizadas as mulheres continuam a ser minoria na pesquisa de áreas como as de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM). Na Coréia do Sul, por exemplo, apenas 17% dos pesquisadores são mulheres e são responsaveis por 9% das pessoas que trabalham na área de engenharia e tecnologia.

Ao destacar tendências em diferentes regiões e países , esta ferramenta proporciona uma vista única sobre o Dia Internacional da Mulher ( 8 de março). Essa ferramenta é particularmente útil para aqueles interessados ​​em uma perspectiva global sobre o hiato de gênero em pesquisa, especialmente nas áreas STEM.

As Mulheres na Ciência é uma ferramenta interativa e está disponível em Inglês, Francês e Espanhol, e pode ser facilmente utilizada. A ferramenta apresenta dados internacionalmente comparáveis ​​produzidos pelo UIS, permitindo comparações precisas entre os países com contextos muito diferentes para a participação das mulheres na ciência. Alguns dados estão em falta devido a diferenças metodológicas ou a falta de recurso para a coleta de dados.

Reportagens como a da revista científica Nature de 29 de Janeiro de 2014, onde foi mostrada a história da mulher na cristalografia, são cada vez mais significativas e recorrentes. 


Certa de 80% das mulheres vencedoras do Prêmio Nobel foram condecoradas nas categorias de Literatura, Paz ou Medicina e Fisiologia.

Visando a igualdade de gênero na ciência, o governo federal Brasileiro vem tomando atitudes como o lançamento, em 2005, do programa Mulher e Ciência, que tem como objetivos: estimular a produção científica e a reflexão acerca das relações de gênero, mulheres e feminismos no País e promover a participação das mulheres no campo das ciências e carreiras acadêmicas. Além disso, o programa Ciência Sem Fronteiras vem investindo na capacitação profissional de pesquisadores das áreas nas áreas prioritárias para o desenvolvimento (STEM), em diversos níveis de formação superior, sem discriminação de gênero.

Apesar dessa ferramenta ainda possuir poucos dados sobre o Brasil, as brasileiras e as mulheres na pesquisa mundial estão participando cada vez mais ativa e intensamente do avanço da ciência do nosso país e do mundo.

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