O presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Jorge Almeida Guimarães, afirmou nesta quarta-feira, 30, que a aproximação entre a academia e empresa fortalece áreas nas quais o país ainda precisa ser mais expressivo, como a de patentes.
"É preciso rever a lei de patentes no sentido de torná-la facilitadora, sobretudo para a área de biotecnologia, umas das áreas com o maior potencial de desenvolvimento de patentes. Com essa parceria, a possibilidade de conseguirmos mudanças é bem maior" explicou. O presidente participou da abertura do simpósio entre coordenadores de programas de pós-graduação da área de biotecnologia e empresários da bioindústria. "Mais que falar, nós da academia devemos ouvir a indústria e as demandas que ela tem a nos fazer", finalizou. O evento segue até esta quinta-feira,31, no edifício-sede da Capes e tem o objetivo de incentivar a parceria academia-empresa. Por meio da palestra "Panorama dos Programas de Pós-Graduação da área de Biotecnologia", a coordenadora da Área de Biotecnologia da Capes para o triênio 2011-2013, Maria Fátima Grossi de Sá, ressaltou o crescimento da área desde a sua criação e a demanda ainda existente hoje. "Em 2008, tínhamos 21 programas, hoje já temos 40 e com uma demanda que não para de crescer", disse. No entanto, completou dizendo que os mesmos motivos que levaram a criação da área são os que hoje ainda precisam ser priorizados. "Precisamos inovar tecnologicamente e consequentemente produzir mais patentes, além de induzir, por meio de disciplinas, o empreendedorismo na academia", disse. A coordenadora ressaltou ainda como fatores indispensáveis ao trabalho conjunto academia-empresa o treinamento dos estudantes com foco em inovação, a indução de cursos de mestrado profissional e a concessão de bolsas nessas áreas estratégicas. No que tange aos investimentos privados, Grossi apontou a importância da divulgação de incentivos e benefícios fiscais relacionados ao financiamento de P&D para os setores acadêmicos e privados e atração de investimentos privados no Brasil apoiando o desenvolvimento da tecnologia, com visão de mercado. "É necessário que tenhamos conhecimento do mercado nacional e internacional para assim priorizar produtos que sejam competitivos para o Brasil", afirmou a coordenadora. A diretora executiva da FarmaBrasil, Adriana Diaféria, representou o ramos das bioindústrias brasileiras apresentando o panorama nacional das empresas de biotecnologia no Brasil. Adriana citou a clareza e a agilidade no processo regulatório, bem como a discussão sobre o acesso à biodiversidade e o aperfeiçoamento da interação universidade-empresa, entre outros motivos, como fatores críticos ao sucesso do setor de biociências. Adriana Diaféria citou ainda o programa Ciência sem Fronteiras como uma das formas de suprir a lacuna de profissionais qualificados na área da Biotecnologia. "A demanda que temos de profissionais casa com a iniciativa e o objetivo que a Capes tem de investir na qualificação internacional por meio do programa Ciência sem Fronteiras", disse Adriana. Gisele Novais
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quinta-feira, 31 de maio de 2012
Rever a lei de patentes é o principal desafio para o desenvolvimento da biotecnologia brasileira
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